Nem mesmo a cotação do dólar mais baixa que a registrada no início do ano passado (quando chegou aos R$ 4 no final de fevereiro), e nem os valores das commodities um pouco abaixo dos praticados no começo de 2016 foram capazes de impactar de forma negativa as exportações ponta-grossenses neste primeiro bimestre de 2017. Somados os valores dos produtos enviados a outros países entre janeiro e fevereiro, Ponta Grossa atingiu a marca de US$ 179,5 milhões – ou R$ 558,2 milhões, se convertido no dólar cotado a R$ 3,11 no último dia útil de fevereiro. Este valor é 10,8% superior aos US$ 161,9 milhões (R$ 503,7 mi) exportados neste mesmo período em 2016. O levantamento foi revelado nesta segunda-feira pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Analisando os números em âmbito nacional e estadual, o município apresenta grande destaque. Até o momento, Ponta Grossa superou a capital, Curitiba, e aparece como o terceiro município em exportações no Paraná. Na frente, apenas Paranaguá (onde há o porto) e São José dos Pinhais, movido pela produção e exportação de automóveis (Renault, Volkswagen, Nissan, Audi), que tem alto valor agregado. Em outra análise, do saldo da balança comercial, que cresceu 9,6% e atingiu a marca de US$ 128,5 milhões (R$ 399,7 milhões), Ponta Grossa teve o segundo maior superávit do Paraná, atrás somente de Paranaguá (US$ 175 milhões); enquanto que no ranking nacional ocupa a 25ª colocação.
As importações também cresceram, ao passarem de US$ 44,6 milhões (R$ 138,9 milhões) para US$ 50,9 milhões (R$ 158,5 milhões) na comparação bimestral entre os anos. Só em fevereiro deste ano, a exportação chegou a US$ 97,9 milhões (R$304,4 milhões), contra US$ 81,3 milhões em 2016, o que representa um incremento de 20,3%.
A soja e seus derivados seguem na liderança das exportações. A commodity em grão, triturada e em óleo, representou 66,2% do total exportado pelo município, ou seja, US$ 118,8 milhões (R$370 milhões), fruto da produção de empresas como a Bunge, Cargill, Louis Dreyfus e Nidera Sementes. Na sequência, aparecem açúcares de cana (Biosev, da Louis Dreyfus), com US$ 24,5 milhões; embalagens longa vida (Tetra Pak), com US$ 13,5 milhões; painéis OSB (LP Brasil) em US$ 4,87 milhões e latas em alumínio (Crown), com US$ 4,75 milhões comercializados a outros países.
Países da Europa e Ásia lideram compra de produtos de PG
O principal destino dos produtos fabricados, beneficiados ou armazenados em Ponta Grossa foi a França. O país europeu recebeu US$ 30,7 milhões em mercadorias (ou seja R$95 milhões) nestes dois primeiros meses. Na sequência aparecem três países asiáticos: a Coreia do Sul (US$ 25,9 milhões), Irã (US$ 14,2 milhões) e China (US$ 12,3 milhões). Na quinta colocação está o Paraguai, que recebeu US$ 10,7 milhões em produtos da cidade.
